quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A maçã

Sempre optei por provar dos sabores mais intensos, aqueles os quais ardem no corpo e deixam marcas eternizáveis em nossa alma. O meu corpo assemelhava-se ao mosaico das desventuras amargas que me arrisquei a beber. Experimentar: eis a palavra chave! Não estou me referindo apenas ao sexo, o qual me utilizei para provocar discórdias familiares. Estou me referindo também ao prazer da dor, da tentação, do proibido.

Eu? Puta? Não, não! Eu nunca cobrei pelo sexo. Aliás, a companhia era o melhor preço. E isso era o meu ponto fraco, mesmo sabendo que eles procuravam me possuir...  apenas! Não estou dizendo que não gostava. Gostava, sim! Todos gostam de montanhas russas.

Quer um cigarro? (pausa) Bem, não lembro de ter cometido nenhuma crime. Ou melhor, eu nasci. Talvez esse tenha sido o meu maior erro. E nunca tive a oportunidade de pedir perdão. Talvez, nunca terei. Isso perdurou por toda a minha infância. Até o momento em que eu decidi cortar as raízes que me prediam ao meu passado. Tudo ficou mais claro, pois tive que me reinventar.

Analisar e avaliar o meu passado seria uma passo importante para me encontrar. Mas, já não viveria sem os meus vícios profanos. Deixe-me andar com a dúvida. Já faço isso a 23 anos. Não, não quero mais falar sobre isso. Todavia, sugiro que procure nos jornais. Talvez, este esteja estampado na prima capa... Minha vida sempre foi cobiçada pelos julgadores desejosos em atirarem a primeira pedra.

Por favor, não insista. Não busco por consolo, quero apenas desabafar. Não, não diga quem és. Será melhor assim. Não quero me apegar a ninguém. Será melhor pra nós dois. Será melhor pra você.

Sou um espécie de imã, que atrai venenos doces, porém nada atrativos para quem deseja perpetuar uma vida de conceitos pragmáticos, intermináveis carnavais e sorrisos parcelados. Era mais fácil seguir pro norte, mas eu procurei entrar pelo meu labirinto. Quem sabe... um dia alguém me compreenda.

Ah, vida maldita... Ah, autor maldito!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Maresia

Ah Maria!
Que encontrou no mar alguém para
Amar!

Casara-se com um bravo marujo
Exalando marfins
Beijavas as margens dos seus lábios de sal

Marcos, Marcos, Marcos
Deixamo-nos o mar a vida remar
Embarcamo-nos em seus mistérios
Afogando-nos os sobreviventes
Banhados na sede de viver

Revolto, o mar é.
Quebrou-se em ondas
Pérpetuas!
Magnéticas!
Frenéticas!
Quão traiçoeiro era o mar, maremoto!

Maré de desilusões, ilusões e martírios naufragados...

Oferto-te a mim
Também!
Leva-me como uma mariposa que pousa para repousar...

Em Março, no março, de março
Marasmo!
Acalmaria Maria a solidão?
Na amargura dos dias que te resta em vida
Reinventou o mar de tanto mergulhar os seus prantos

Mas Maria ainda o amaria?
O mar que roubou o seu amar...

Ah Maria!
Que encontrou no mar a sua
Sina!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Partiu-me!


Ela partiu...
Com seu sorriso hermético
Decifrando-me os dissabores dos nossos tempos, remotos

Ela partiu...
Com seus cabelos de vento
Sufocando-me no exílio dos meus sentimentos

Ela partiu...
Com seus lábios veneno
Tecendo-me labirintos de verdades efêmeras

Ela partiu...
Com seu olhar monótono
Dilacerando-me as delicias dos desejos transcendentes

Ela partiu...
Com seu corpo magnético
Incitando-me às volúpias vis

Ela partiu...
Com sua voz cálida
Paralisando-me no amargo fim ateu

Ela voltou.
Mas eu já não sei onde estou...
Quem eu sou?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um mais um é um?





Ela era judia
Ele era alemão
Ela era cega
Ele fingia-se surdo-mudo
Ela curtia Beatles
Ele dizia-se eclético
Ela era simpática
Ele nunca sorria
Ela sempre “Bom dia!”
Ele dizia “Boa noite!”
Ela sentia os raios de sol
Ele amava dias de chuva
Ela gostava de gatos
Ele preferia cachorros
Ela era psicóloga
Ele repetia de ano
Ela bebia chá
Ele comprava Coca-cola
Ela coloria
Ele não tinha pincel
Ela queria sentimentos
Ele a desejava
Ela pedia
Ele mandava
Ele mentia
Ela acreditava
Ela confiava em Deus
Ele se questionava
Ela “por que?”
Ele “porque”
Ela, anos
Ele, dias
Ela, progresso
Ele, retrocesso
Ela, par
Ele, ímpar
Ela, oceano
Ele finito
Ela, liberdade
Ele, reclusão
Ela, exclamação
Ele, interrogação
Ela, plural
Ele, singular
Ela, amor
Ele, paixão
Ela sim
Ele não, talvez
Ela, hoje
Ele, amanhã
Ela, tchau
Ele, adeus
Ele primeiro
Ela depois
Ela Ele
Ele Ele.



terça-feira, 6 de julho de 2010

Um ano é muito tempo para descobrir uma grande amizade, porém não é o suficiente para mantê-la. É preciso a eternidade!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cotidiano Xenofilíco

Em uma simples conversa  você se torna capaz de
Sentir a verdadeira temperatura do frio
Compreender ações  não ditas
Observar a vida com outros óculos
Transformar o estranho, familiar
Assimilar a diferença e reinventar o comum
Emitir e escutar palavras aparentemente sem significado
Tornar o externo, interno
Enfim, assimilar uma cultura.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Te procuro

Procura-se uma menina
Capaz de transformar dias de chuva em dias de Sol
Silêncios em seqüências sonoras dançantes
Através dos seus doces sorrisos que dissolvem
A monotonia da ausência instantânea.

Procura-se uma menina
Que compartilhe idéias transmitidas
Nas imagens de uma televisão
Com sintonia de abraços cálidos
Lapidados pela convivência.

Procura-se uma menina
Para vivenciar os ritmos harmônicos da nossa orquestra
Repleta de singelos
Movimentos coreográficos
Que são petrificados em momentos eternos futuros.

Procura-se uma menina
Que me faça experimentar o verdadeiro sabor da amizade.

sábado, 1 de maio de 2010

Sociedades (ir)racionais.


Lúcia ria muito de tudo e de todos. Sem motivos, mas ria. Era o que a consolava e fazia preencher o vazio que sentira. Passara a maior parte da sua vida enclausurada em seu quarto, o qual possuía paredes com cores vivas. Contudo, isto contrastava com o universo sombrio em que aquela menina se encontrava. Tudo tão vivo e ela tão morta... Seu reflexo era a sua melhor companhia. E elas conversavam. Conversavam? Até agora não entendera os reais motivos de sua isolação dos sorrisos sinceros estampados nos rostos das pessoas que não existiam para ela, dos raios solares que tocariam o seu corpo, do tempo.
Ela era uma menina de onze anos pertencente à uma família de classe média alta. Ela nascera saudável. Aparentemente! Sua família a acusava de louca. E explicavam para os amigos e parentes mais próximo que a menina perdera a sanidade mental. Estaria ela realmente louca? Não possuir uma mente saudável implica em não seguir as regras impostas pela sociedade?Entretanto, eles nunca a levaram ao médico. A sua mãe, uma mulher amarga devido as inúmeras crises do seu casamento infeliz, estava certa de que ela era um perigo à sociedade e por isso a dopava de medicamentos para que a filha passasse boa parte do tempo dormindo.
Todas as tardes, Lúcia quando acordará do longo sono produzido pela quantidade de medicamentos dados pela mãe, a menina se dirigia até à única janela do seu quarto para ver as piruetas dos pássaros amarelos naquela porção infinita do céu. Essas imagens foram o seu único consolo nas longas tardes trancafiadas em seu quarto. Lúcia começara a se convencer de que ela não estava preparada para aquele mundo. Desde então, perdera o motivo pela sua existência e não sentira mais fome. Já não comia mais. Aquela menina tornara-se pálida e bastante magra, seus olhos cor de jabuticaba refletiam a ausência de uma vida, havia apenas um corpo físico esperando por duas próximos... Ninguém notara a  grande mudança. Sua mãe não perceberá que durante dias a comida não fora desfeita. Aah, pobre menina que nascera para ser vítima... Vítima de que? E por que? Nem ela sabia, aliás nunca mais saberia...
No domingo, quando a família se preparava para sair, a mãe subiu até o quarto da filha para dopá-la. Tal ato agora se tornava automático. Porém, ela mal sabia que aquela seria o último medicamento e que aquela seria a última lembrança que teria da filha. Aliás, que filha? A mãe fechou a janela e desceu sorridente imaginando a felicidade que sentiria naquele dia. E lá no céu Lúcia voava feliz com os seus pássaros amarelos. Pela primeira vez, ela soubera ser livre.
Eles a consideravam louca e só porque eles a consideravam, ela era.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Guarde-me!

Acha que trocar de roupa é uma tarefa fácil? Realmente não é! Eu tenho inúmeros motivos para permanecer com as minhas velhas roupas. Algumas ainda em perfeito estado, outras se notam um leve desbotamento cheirando a mofo. Sei que nunca mais usarei algumas daquelas peças, mas eu sento a necessidade da permanência de todas em meu guarda roupa, sem exceção. Para que em um belo dia de sol, eu  possa contemplá-las e lembrar de como me sentia vivo com a sensação do contato entre a minha pele e aqueles tecidos particulares, os quais se camuflavam em meu corpo fazendo parte de mim. Completando-me com suas cores, detalhes, contribuições. Enfim, cada peça me permitia a possibilidade de um novo eu.

Quiçá, fosse loucura concordar com o tempo e me desfazer daquelas roupas, pois durante os meus melhores momentos, eu estava com elas e principalmente, elas estavam comigo. Recordo-me de cada botão, de cada modelo (cada um mais diferente que o outro, embora únicos) e até de alguns fiapos que insistiam em desfazer algumas resistentes costuras, mas que no final  das contas, tudo ficava resolvido. 

Apesar da compra de novas roupas, eu ainda me questiono se estou preparado para substituir as minhas velhas roupas mofadas, pois está sendo difícil encontrar algo que combine comigo ou que me faça sentir inteiramente à vontade. Parece que tudo me sufoca, dificultando a minha respiração. Quem sabe é a moda atual impondo roupas mais modernas. Entretanto, eu preciso do meu passado.

Aaah, enfrentar o "não habitual" é sempre um desafio e uma aprendizagem nas nossas vidas. É absorver o novo e acrescentá-lo ao velho. É pular no tempo e observar novas vozes, novos costumes, novas aparências físicas...É se permitir avançar em contraponto com o medo de nunca mais voltar... É se arriscar!

domingo, 7 de março de 2010

Impaciência

Um!
Dois!
Três!
Quatro!
Cinco!
Seis!
Sete!
Oito!
Nove!
Poow

domingo, 28 de fevereiro de 2010

ArQuiTeTaNdo o FuTuRo

O tempo corre
Em ritmo acelerado:
Destrói portas,
Mancha janelas,
Fragmenta relações.
No entanto, ventos sopram os nossos desejos
E trazem nossas recordações
Colorindo os nossos excêntricos momentos.

Desenho à giz
Delineando as portas que abrem
Aquelas lembranças
Dando-as um sabor nostálgico
Que vaga no estreito corredor de nossas mentes.
Inconscientes!
Mergulhe nesse retrocesso
Eu estarei lá.

Consigo enxergar além das suas
Janelas de vidro
E observo conceitos impostos
Inválidos!
De uma boneca de porcelana
Com fortes expressões de Cazuza
E rock and roll.

Os ecos daquele tempo estão
Batendo na porta
Abra!
Deixe-os entrar!
Agora, venha tomar um suco de melancia
Pois, esta casa ainda não foi demolida
E o telhado está sendo projetado...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

(Prisioneiro em carne viva)


      Há muito tempo ele se sentia um prisioneiro sem saída. Entretanto, não um prisioneiro comum, daqueles que cometem atos, ou infligem a Lei e que posteriormente vivem presos dentro de uma cela. Não! Ele não havia cometido nenhum crime ou praticado atos ilegais. Até então, considerava-se honesto. Quiçá, ele realmente fosse. Não sabia quem realmente estava o julgando ou talvez soubesse, mas não poderia afirmar. Não tinha provas, apenas percepções. Estavam-no privando completamente da sua liberdade porque ele havia formado suas próprias opiniões. E elas não eram ilícitas. Eram apenas dele.
      Ele não se encontrava em uma cela normal, com paredes que delimitam o seu espaço, a sua liberdade. Nem ao menos existiam correntes ou algemas. O que existia era um corpo. O corpo daquele rapaz. Este, sim, o prendia, não lhe permitindo qualquer tipo de manifestação de idéias ou sentimentos. Suas vontades e desejos estavam condenados, visto que seu corpo os guardava para si como um baú. E isto o deixava sufocado, pois sempre que ele tentava se expressar, tudo voltava para dentro de si como uma espécie de rigidez do seu isolamento. Com isso, cada vez mais aquele homem se sentia aprisionado e isso o tornava apavorado. Ele sentia seus espaços diminuírem, na medida em que sua claustrofobia se agravava. Sim, ele era claustrofóbico e possuía inúmeras fobias, as quais o acompanhavam durante sua vida. Em virtude disto, ele tentou várias vezes fugir. Contudo, não podia fugir dele mesmo. Não havia saídas. Ele não sabia por quanto tempo estaria preso. Talvez quando suas opiniões fossem aceitas... Será que iria demorar? Não sabia. Apenas não aceitava permanecer trancafiado na sua prisão em carne viva, onde ele era palco de constantes lutas entre o seu corpo e suas idéias. Não sabia quem sairia vitorioso, pois apesar dos seus pensamentos serem mais ágeis, seu corpo era mais resistente. Esses perpétuos conflitos estavam-no destruindo lentamente. Então, pensou em se adaptar. Dançar no ritmo do seu corpo. Segui-lo ou talvez, aceitar as opiniões impostas. Desse modo, tentou reformular seus conceitos, abdicá-los. No entanto, não foi fácil. Não é fácil mudar o nosso próprio eu.
      Tudo isso é tão complexo de compreender. Confesso que nem ele entendia. Apenas tentava. Achava difícil entender o porquê que as suas idéias não estavam em perfeita sintonia consigo. Ou melhor, com seu corpo. Suas atitudes e ações não se mostravam mais coerentes com suas idéias, percepções e vontades. Uma verdadeira antítese dentro de um paradoxo. Em síntese, seu corpo se desligava de si. Não me refiro ao corpo como uma estrutura biológica, mas sim como um cárcere. No mais, ele... Ele era as suas idéias e o seu corpo era apenas uma casca ou talvez uma embalagem que futuramente chegará ao seu ponto de validade. Já a sua essência continuará conservada. Viva! Por que? Porque o tempo não destrói o nosso “eu”.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Necrofobia de si.

      Tudo ao meu redor cheirava a morte. Estava parado por longas horas observando tudo e todos. Não conseguia calcular o contingente de pessoas, pois havia muitas. Ora saiam, ora chegavam. O fluxo estava enorme, por isso ainda não conseguira olhar o morto. O enterro tornara-se um engarrafamento. Tentei chegar mais perto, porém não tive êxito. Eu não havia entendido o porquê eu ainda me encontrava ali, naquele local fúnebre. Algo estava me deixando angustiado. Um sentimento de vazio havia dominado o meu corpo, mas eu não estava me sentindo só.
      Alguns minutos depois, tentando descobrir a face do morto, percebi que tudo estava em silêncio e notei que uma senhora, cujos cabelos brancos já haviam dominado todo o seu couro cabeludo e as rugas delimitavam o preço da sua idade, chorava e soluçava como uma criança que perdera o seu pirulito. Senti pena dela. Desejei me aproximar, mas na medida em que me aproximava, parecia que me afastava mais. Não sei o porquê, mas algo me levava a crer que deveria acalentá-la. Ela precisava de mim. E nem ao menos sabia quem ela era. Parecia alguém conhecida, mas não sabia distingui-la. Apesar disto, algo aguçava o meu instinto solidário. Queria ao menos abraçá-la e dizê-la que tudo ficaria bem.
      Nunca fora bem em acalmar alguém desde que meu único irmão morreu em um acidente de carro, há cinco anos. Desde então, eu vivo para minha mãe, pois havia prometido a ela que nunca a deixaria só. Sempre estaria com ela. É, talvez fosse isso! Aquela senhora me fazia lembrar a minha mãe, que sofrera bastante com a perda do meu irmão. Talvez, eu quisesse protegê-la na tentativa de fazer o que eu não fiz com a minha mãe quando meu irmão morrera. Agora, aquela mulher me fazia chorar. Na verdade, estávamos chorando juntos. Neste instante, as pessoas começavam a jogar as rosas sobre o cadáver. Eu reconhecera aquelas rosas. Eram as minhas preferidas. A cada flor, uma lágrima brotava do meu rosto concomitantemente. Minhas lágrimas me desobedeciam constantemente. Tornaram-se traiçoeiras. As lágrimas da senhora também escorregavam pelas suas inúmeras marcas do tempo presentes em sua face. Então, tentara lhe oferecer uma rosa, mas antes que conseguisse, o único espinho que existia havia me espetado. E antes que eu pudesse notar, três gotas de sangue caíam sobre o corpo do rapaz. Ah, aquelas delicadas flores vermelhas, naquele instante, cheiravam a morte. O indistinguível aroma se transfigurava morbidamente. E o vermelho de suas pétalas me lembrava sangue. Dor! Dor foi o que eu consegui sentir no momento. E eu via tais rosas cobrindo lentamente o corpo daquele homem de aspecto jovial. Tudo caminhava lento. Até as minhas idéias. Entretanto, o choro incansável da pobre senhora dava ritmo ao momento fúnebre. De repente, além do infindável choro da comovente senhora, aparecera uns sons melancólicos que foram se transformando em uma marcha fúnebre. Aqueles sons pareciam aumentar a cada momento, e eu escutava um chamado. Não conseguira saber quem era e o que dizia. Entretanto, era envolvente e tentador. Algo me levava até a voz que me convidava a algo. Quando estava me encaminhando até a voz, algo me trouxe novamente para a mórbida cena. Filho! Foi isso que eu escutara. Era a senhora que se desesperava ao ver uns homens de preto se preparem para fechar o caixão e enterrá-lo. Por que aquilo centralizava toda a minha atenção? Não sei, não sabia me responder. Algo me sufocava à medida em que o caixão era suspenso e descia por entre aquela terra úmida. Conseguira sentir em minha própria pele os vermes festejando à espera da putrefação daquele corpo. Um calafrio dominou minha pele. Olhei pro céu, o sol estava lá, mas parecia que estava nublado.
      Nada me agradava, naquele momento. Novamente, aquela senhora aflita demonstrava o quanto ainda precisava daquele homem que estava morto. Ela não queria se desligar dele. Ela queria morrer. Rapidamente, seguraram-na, evitando que ela se jogasse juntamente com o caixão que já estava há metros daquela multidão que assistia ao enterro. A senhora que reconhecera sua impotência diante das pessoas que a seguravam, começava a cantar uma cantiga que seu filho adorava quando era criança. Que bela cantiga! Quando dei por mim, também estava cantando juntamente com aquela senhora. Não! Não era possível. Agora, entendia tudo e ao mesmo tempo não entendia nada. Meus pensamentos explodiam dentro de mim, deixando-me confuso. Meu corpo todo endureceu e estava gélido. Entretanto, sentia minha pele queimar. Tudo ardia! Meu corpo tornara-se um vulcão e o meu sangue saia feito chamas do meu corpo. Minhas lágrimas, agora, evaporavam. Tentei me mover, escapar daquilo tudo. Desejei fugir. Contudo aquela cantiga me prendia. Gritei! Ninguém me respondia. Gritar era um fracasso. Os choros abafavam minha voz, principalmente o choro daquela senhora que agora eu finalmente a reconhecera. Pobre mãe!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Segredos de uma adolescente.


     O lugar estava totalmente escuro. Era um cubículo desconhecido. À princípio, parecera um quarto de uma pousada, o qual possuíra apenas uma janela de vidro, que contemplava os possíveis hóspedes com uma bela vista para o mar. O sol estava nascendo e clareando o local com algumas flechas de luz. Paulatinamente, os raios de sol penetravam pela janela e refletiam no rosto de uma garota que estava dormindo no canto do quarto, perto de uma cama bastante desarrumada. Parecera que algum fenômeno da natureza havia entrado naquele local e o deixado naquele estado. E a garota também contribuía para tal situação. Os raios solares foram aos poucos tocando o rosto da menina, acordando-a. O sono parecia bom, mas, agora despertada, ela via a sua imagem refletida na janela. Rapidamente, ela escondera o seu rosto com as mãos. Ela não conseguira olhar pra si mesma. Ela estava pálida. Seus lábios vermelhos não demonstravam sinal da existência de uma circulação sanguínea. Sentira vergonha. Por algum motivo, ela se sentira assim.
      Ela estava paralizada. Olhava ao seu redor e começava a se lembrar das cenas que protagonizaram o pior dia da sua vida. Tudo representava um dia inesquecível para aquela moça, porém nada era digno de uma fotografia. Repentinamente, ela começara a tremer. Todo o seu corpo tremia feito um terremoto. Não conseguira imaginar o quão árdua fora a sua vida durante aquelas cenas que duraram duas horas. Mas que para ela, tornaram-se eternidade.  Parecera que naquele momento, tais horas nunca chegariam ao fim e que apesar de ter completado 13 anos, semana passada, a sua vida, agora, se resumira apenas aquelas duas infindáveis horas. E aqueles instantes insistiam incansavelmente em aparecer na forma de flashes para a garota. Ela começara a sentir fortes dores na cabeça e em todo o seu corpo. Tudo doía. A lembrança daquele dia lhe era uma dor. Decidira guardar segredo. Quem sabe tentaria guardar esse segredo de si mesma. Embora fosse impossível.
      Aquela menina de longos cabelos pretos iniciara um choro profundo e desesperador, porém calado. Tinha vergonha até da sua voz. Sentira-se recuada. Só!  Nem ao menos conseguira levantar a mão até a própria face para enxugar seu rosto das chuvas de lágrimas que inundara o seu corpo como um rio. Não queria se tocar. Aliás, não pensara em mais nada. Não sabia como encararia a vida. Tudo seria difícil. Desse modo, preferia ficar ali. Reclusa. Ela não seria mais a mesma e talvez nunca mais fosse perdoada. Quem ela era, agora? Diante de tais reflexões, ela sentira algo molhado em suas mãos. Ela hesitara uma movimentação, mas desistira dessa idéia pouco tempo depois. A princípio não conseguira identificar aquilo, pois o local ainda estava escuro e o sol ainda não nascera completamente. Aproximara as mãos trêmulas da sua irrevelável face e tentara cheirar aquele líquido. Sentira um aroma diferente, mas ela estava convicta... Era sangue!



Sem título!

       Ana era uma pobre pedinte que morava nas ruas juntamente com seus três filhos. Há tempos que carrega a miséria da vida e o peso da pobreza era grande. Era uma mulher seca, característica que revelava o quão amarga era a sua vida E isso a deixava cansada, tornando-a uma mulher sem feições. Também nunca fora vaidosa. Sempre vivera com um lenço amarelo encardido na cabeça, escondendo as suas madeixas cor de canela. Ela só possuíra dois vestidos, mas sempre preferira usar o vestido azul com flores brancas que ganhara de uma senhora durante o Natal. Na verdade, agora o vestido tornara-se um trapo, entretanto, ela não se importava. Ela já não se preocupava com nada. Afinal, seu único interesse era a sobrevivência. E a esperança era o único desejo de mudança, era a única certeza para o amanhã. E não existia nada tão incerto quanto o amanhã. Veria a luz do sol novamente? E os olhos agonizantes dos três filhos? Aqueles os quais lhe davam forças para suportar a incerteza de todos os dias. A incerteza da felicidade, de um futuro melhor.
      Ana não possuíra nada, nem ao menos sonhos. Sempre achava que os sonhos eram luxo. E ela não poderia comprá-los. As crianças também não sonhavam. Talvez houvessem se alimentado dos sonhos em uma das inúmeras tardes de fome. Pobres meninos! Apesar de tudo, ela era forte e suportava tudo com muita coragem, pois sabia que seus filhos ainda dependiam dela. Tinha medo de perdê-los. Às vezes não sabia quando iria vê-los novamente. Eram sempre tão fracos e indefesos. Suas costelas amostra determinavam a constante pobreza instalada no cotidiano daqueles garotos, cuja diferença de idade era grande, porém a pobreza tornava-os iguais. Sujos! Pobres! Fétidos! Entretanto, para Ana eram meninos valiosos que simplesmente a tornavam rica. Embora essa riqueza não eliminasse as mazelas diárias, principalmente, a insistente fome. Por isso, Ana pensara que comer era uma questão de sorte. Quanto azar nesse jogo!
      Em virtude disto, Ana e seus três filhos costumavam falar muito pouco. Não existiam conversas paralelas. Falar doía, doía muito. Os gritos e choros de fome forçavam-lhes alguns sons. Quase imperceptíveis. Eles já não tinham força para uma comunicação duradoura. Eles já não se entendiam. Suas bocas não conseguiam fazer grandes movimentações. Então, poupavam qualquer tentativa de articulação. Assim, eles passavam, grande parte do dia, sentados e imóveis frente a um luxuoso restaurante francês, evitando qualquer movimento, amenizando a dor provocada pela fome. Apenas observando os carros, as pessoas apressadas para realizarem o consumismo desenfreado, as quais deixavam o tempo mais frio com a frieza diante daquela distinguível família. Consumiam produtos que Ana desconhecia e até considerava desnecessários. E, na maioria das vezes, eram. Assim, eles continuavam, ali, olhando para o nada, quiçá esperando a morte... Pobre Família!
       Naquele dia, o sol parecera não querer ajudar, estava tudo muito quente! E Ana já não soubera falar que não havia nada para satisfazer a fome dos seus três pobres indigentes. Oras, parecia um dia comum, mas ela estava desesperada. Aflição! Calor! Fome! Delírio! Ana sentia-se um fracasso, uma impotência diante da circunstância que lhe enfrentava naquele momento. Batia-lhe uma aflição agonizante. Além disso, a fome lhe fazia companhia. E parece que elas conversavam, buscando sugestões ou talvez soluções. Assim, diante de tal situação, ela decidira por seus filhos para dormir, em uma tentativa de que eles esquecessem a intensa fome. Então, eles foram dormir... E eles não mais sentiram fome.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Metamorfo(z)eando


      Imagino o quão importante e necessário é uma transformação para nós seres humanos e para ao seres vivos em geral. Claro! O que seria da lagarta se não passasse por uma série de alterações em todo o seu organismo que a metamorfoseasse naquele admirável inseto possuidor de belas asas com inúmeras formas e cores? Há também a transformação que a mulher sofre em todo o seu corpo quando esta se encontra grávida. Entretanto, não me refiro apenas as mudanças biológicas e físicas. Existe outro tipo de mudança, a qual às vezes é mais complicada de aceitá-la e de compreendê-la. É a transformação que ocorre dentro de nós. Aquela que muda os nossos conceitos, definições e atitudes. Aquela que nos auxilia a crescer diante dos obstáculos impostos ao longo da nossa trajetória de vida. Talvez seja esta a mais importante. Talvez!
      Quando optamos por uma transformação, qualquer que seja, estamos nos arriscando a sofrer variadas conseqüências advindas de determinada decisão. Quer seja positiva, quer seja negativa. Tudo depende de ter iniciativa e coragem. E quem não se propõe a mudar, torna-se escravo dos velhos gostos e desejos, vivendo sempre naquela mesma rotina. Clicando sempre na mesma tecla. Se fechando para novas idéias e pensamentos e guardando as idéias ultrapassadas dentro de um baú que com o tempo de nada lhe valerá. Enfim, torna-se antigo, entretanto não pense que devemos esquecer o que fomos no passado, devemos apenas tentar evoluir. E para isso devemos sofrer certas transfigurações. Então, o que está esperando?! Mude a cor do seu cabelo, substitua a sua namorada, troque aquelas velhas roupas mofadas. Mude a direção do seu caminho, substitua o dia pela noite, troque a sua única opinião do século XX. Conheça o novo! Assim, realize, você, a sua mudança natural ou artificial. Sofra uma revolução, esteja pronto!
      Desse modo, entendam a mudança como uma forma necessária de adaptação dos fatores biológicos, físicos e sociais, pois “adaptar” significa “evoluir”. Além disso, notem que vivemos em constantes transformações desde que saímos do ventre da nossa mãe e continuamos a sofrer tais processos metamorfósicos. Você realmente se considera a mesma pessoa, a qual iniciou a leitura desse texto? Não?! Nem eu! Agora, sei que algo está mudando em mim. Talvez uma alteração genética em minhas células ou o rumo que este texto poderia ter tomado. Entretanto, não posso fazer nada... Já está mudado!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Náufrago


Onde estou? Foi exatamente o que eu pensara. O silêncio era absoluto. E eu só enxergava o infinito. A imensidão do vazio havia contemplado aquele local. E isso me fizera mínimo diante de tal situação. Tudo cheirava a nada e não havia ninguém ao redor para me tirar desse grande abismo. E eu precisava de alguém naquele momento, ao menos, para estar comigo e se fazer presente. Por que isso se fizera tão importante agora? Oras, às vezes, eu mesmo me achava a minha melhor companhia. Não sei o porquê, agora, esse “achismo” não me agradava tanto. Pensara em estar morto, mas não conseguira lembrar como havia morrido. Nem ao menos reconhecera o céu ou, talvez, o inferno. Mas não! Eu não estava morto. Assim, tentara me acalmar, mas eu estava ficando sufocado, estava cansado daquele sentimento que se apresentara de forma intensa e assustadora. Tentei gritar na tentativa de que os meus “pedidos de socorro” conseguissem atingir uma extensão maior do que aquela em que me encontrava. Todavia, nenhum som era tão barulhento quanto o próprio silêncio que invadira aquele lugar. E por mais que eu tentasse, eu sei, eu me afogaria naquele mar de mágoas. De repente, veio-me à mente o meu passado e as histórias que havia deixado para trás, veio o arrependimento das coisas que não fizera ou deixara de fazer, simplesmente, porque sentira que ainda haveria muito tempo e para mim, o amanhã era uma promessa. Mas quando saberemos ao certo quando teremos outra chance de demonstrar nosso afeto? Quando saberemos qual é a hora certa de dizer “Eu te amo!”? Quando saberemos o final de um ciclo? Quando saberemos ser companhia? Quando? Eu ri por uns instantes, pois os meus pensamentos se fizeram multidão, entretanto já era tarde e eu nada pudera fazer. E eu observara as minhas histórias construídas, ao longo do tempo, mergulharem e se afastarem de mim. Ora boiavam, Ora se afogavam bem na minha frente. E eu vira parte da minha vida desaparecer sem ao menos tê-la completado. Pela primeira vez eu estava com medo. Medo da perda! Isso me assustava bastante. Tudo estava sendo afogado, afogando! Eu já estava me afogando e me perdendo dentro daquela imensidão azul quando, repentinamente, eu acordei. Eu estava com a sensação de que estava molhado. Mas isso não importava naquele momento. Sai de casa determinado. Fui ao encontro dos meus amigos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reencarnação

Na separação de uma ligação
Fecha os olhos e dorme
Cala-se! E choram...
Ou riem
Sobe
E
Desce
Grita-se! E riem...
Ou choram
Abre os olhos e acorda
Na ligação de uma separação.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Abram as cortinas!


      O lugar estava repleto de pessoas. Parecia que naquela noite toda a cidade fora assistir ao grande espetáculo. Não, não era Natal. Era o circo que chegara à cidade. Havia muito tempo em que o circo não aparecia. As pessoas estavam exacerbadamente animadas. As mulheres ocupavam os salões de beleza e os homens selecionam seus melhores paletós. Todas as ruas da cidade estavam iluminadas. Afinal, era o circo.
      Dona Felícia, uma mulher magra e solitária, que tinha um grande sonho de ser mãe e ter três filhos, não obterá este sucesso pelo fato de nunca ter tido um namorado. Ela estava muito entusiasmada, já havia preparado tudo para o grande dia. Na verdade, um dia único para todos os habitantes daquela cidade. Principalmente para Dona Felícia, que apesar de possuir uma enorme herança deixada pelo seu pai, o ex prefeito da cidade, ela era uma mulher bastante solitária que vivia apenas de aparências. Por isso reservara o melhor vestido para aquela noite. Até mandara fazer um, porém a única costureira da cidade só possuía tecidos de cor escura. Entretanto, isso não abalou a animação de Dona Felícia. Nada abalara o desejo dela de ser feliz.
      Finalmente chegara o dia. Inúmeras pessoas esperavam pela grande atração do circo: O palhaço. E lá na primeira fila, encontrava-se Dona Felícia esbanjando seus belos sorrisos mecânicos, os quais iam se desconfigurando à medida que o palhaço foi colorindo aquele palco com alegria. Ah, o público verdadeiramente começara a sorrir. Tantos sorrisos brancos tornavam mais brilhantes aquele momento, que se fazia tão marcante para aquelas pessoas e para Dona Felícia também que assistia a tudo alegremente. Assim, aplausos e mais aplausos delimitavam a dança estratégica do palhaço e concomitantemente determinavam o fim. Infelizmente, os sorrisos desapareceram rapidamente, deixando aquele local com um ar sombrio. Mas Dona Felícia registrou tudo na sua memória. E ela tinha uma boa memória. Ela se lembrara da última vez em que sorriu de verdade. E como fazia tempo desde que esboçara um belo sorriso. Agora, ela poderia guardar aquele momento por um bom tempo, até que o circo resolvesse voltar novamente.


      E lá estava Dona Felícia com o seu sorriso fotográfico, pelas ruas da cidade, indo ao encontro da sua casa, quando, repentinamente, começou a chover e Dona Felícia tentava sem sucesso se proteger da chuva. Até que resolvera desistir e, então, continuou a caminhar, sorrir e relembrar da magia daquele palhaço, enquanto passava por um restaurante francês próximo à sua casa. Na calçada do restaurante, uma mãe repartia um único pão com seus três filhos. E a chuva já havia eliminado todas as cores daquele noite.
- Só sentimos a felicidade quando já não estamos mais cegos e podemos sorrir daquilo que distinguimos e realmente existe.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Duas mil e nove sensações.

      Finalmente, o ano de 2009 chegou ao fim, e não poderia continuar escrevendo, aqui, sem citar a real importância deste. Sem delongas, confesso-lhes que já o considero o pior ano da minha vida e espero que vocês, caros leitores, tentem esquecer ao máximo quando chegar a hora de vocês, pois sei que é impossível evitar. Bem, o ano passado não foi simplesmente o ano de 2009 ou o pior ano da minha vida. Foi o ano do vestibular! Sei que vocês devem está se perguntando o porquê desta minha opinião. Eu logo os contarei, estou apenas dando ao meu texto um ar de suspense. Mas acho que não obtive êxito. Quem sabe eu tenha mais sucesso se partir pro lado mais dramático. Quem sabe...

      O vestibular pode ser definido como um processo de seleção de novos estudantes empregado pelas universidades brasileiras, através de uma prova. Entretanto, penso no vestibular como um jogo paradoxal, o qual precisamos criar nossas estratégias para obter a vitória. E acredito que os vitoriosos desse jogo não são apenas os que detém maior conhecimento, mas sim, os que conseguem realmente jogar! Ou seja, contornar e amenizar as variadas emoções que este jogo desperta em nossas mentes, as quais fazem nos expressar diversas sensações em frações de minutos. Acho que não estaria exagerando se dissesse ''frações de segundos''. Pois foram os 365 dias mais torturantes que passei. Talvez seja pelo fato de ter uma rotina imposta, da qual me sentia obrigado a estudar todos os dias. E caso não folheasse algum livro, ou caderno, eu já me sentia reprovado. Era impressionante como aquela voz trabalhava pontualmente, clamando seus “Se”. Acho que nunca escutei tanto essa conjunção condicional como nesse ano. Enfim, tenho a convicção de que muitos compartilham desta mesma opinião e talvez experiência.

      No mais, tudo isso acabou, mesmo o tempo insistindo em caminhar paulatinamente. Agora, eu pretendo aproveitar minhas férias ao máximo ao lado da minha turma, pois este, infelizmente, foi o último ano juntos. Juntos em uma sala de aula, porque sempre estaremos juntos nas lembranças e nos encontros que acontecerão. Mas acho que isso não vem ao acaso, agora, pois a minha turma merece um texto somente e especialmente pra ela, para os meus melhores. Finalizando, queria parabenizá-la pela aprovação, iremos olhar pra trás e nos sentirmos vitoriosos, pois esta foi uma de inúmeras vitórias que ainda virão. Eu sei! E para os que não passaram ou não tentaram, eu vos digo: “Boa sorte! O inferno realmente é fogo”. Enfim, sei que vocês conseguirão também, esse ano. E se eu passei? Ahh, eu ''tô'' careca!  ;X